Ela é considerada uma das mais espetaculares e raras flores do Reino Unido. Contudo, no começo do século ado, a Lady’s Slipper Orchid – a orquídea sapatinho-de-dama, também chamada de sapatinho-de-vênus -, com sua taça amarela e pétalas roxas, foi tida como extinta, vítima da perda de habitat e por sua retirada excessiva da natureza por colecionadores. Mas quando um único pé da planta foi descoberto em 1930, no norte da Inglaterra, em uma região remota de Yorkshire Dales, sua localização foi guardada a sete chaves.
Simultaneamente, botânicos do Kew Gardens, o Jardim Botânico de Londres, começaram a trabalhar para reproduzir novas mudas em laboratório, utilizando técnicas que resultaram em um número muito maior de mudas bem-sucedidas do que na natureza. Essas plantas foram então cultivadas por uma rede voluntária de especialistas em orquídeas.
Há dois anos, iniciou-se então o plantio dessas mudas em áreas onde elas eram encontradas no ado. E em junho de 2024, todo o esforço foi finalmente recompensado, quando uma planta inteiramente “nova” foi encontrada por botânicos do Yorkshire Wildlife Trust em um desses locais de reintrodução – o que significava que as orquídeas plantadas pelo projeto haviam conseguido produzir sementes que se estabeleceram e germinaram.
“Foi um momento verdadeiramente emocionante. Ver uma população saudável de orquídeas sapatinho-de-vênus de volta à sua área nativa, que agora está se reproduzindo, nos dá uma esperança real para o futuro”, diz Jono Leadley, responsável pelo projeto de reintrodução da planta. “Este primeiro sinal de sucesso é resultado de décadas de dedicação e comprometimento demonstrados por muitos voluntários e pela equipe das diversas organizações envolvidas para resgatar esta bela flor da beira da extinção.”
O projeto continuará e a expectativa agora é criar populações mais autossustentáveis em toda a antiga área de distribuição da orquídea sapatinho-de-vênus.
“A descoberta desta muda que se regenera naturalmente representa um ponto de virada significativo para uma das nossas plantas mais raras e ameaçadas e é prova da dedicação de centenas de voluntários e entusiastas que a cultivaram cuidadosamente de volta à natureza. Fornece evidências de que esta bela planta pode, com um pouco de nossa ajuda, se restabelecer em sua antiga área de distribuição”, celebrou Kevin Walker, diretor de ciência da Sociedade Botânica do Reino Unido e da Irlanda.
Foto: Kevin Walker / Yorkshire Wildlife Trust
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Foto de abertura: Graham Standring / Yorkshire Wildlife Trust
