Depois do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná, o estado da Bahia é o quinto no Brasil a confirmar a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H5N1), a gripe aviária, em aves silvestres. Os casos foram descobertos nos municípios de Caravelas, Alcobaça, Prado e Porto Seguro e em todos eles as espécies contaminadas eram trinta-réis-real e trinta-réis-de-bando.
A chegada da gripe aviária ao país foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 15 de maio. Atualmente já são 63 focos da doença. Há duas semanas eram 51. Cada foco é uma unidade epidemiológica na qual foi diagnosticado pelo menos um caso da doença.
O vírus H5N1, que provoca a gripe aviária, é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.
Em maio o governo federal declarou emergência zoossanitária no país e criou um Centro de Operações de Emergência para coordenar ações nacionais, envolvendo os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e da Saúde.
No começo de junho uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões em favor do Ministério da Agricultura e Pecuária. Os recursos serão aplicados nas ações de enfrentamento à doença.
As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.
Mapa do Ministério da Agricultura e Pecuária indica em que estados há casos confirmados
de gripe aviária
Recomendações à população
– Apesar de rara, pode ocorrer a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária, exportando seus produtos para consumo de forma segura. O consumo de carne e ovos se mantém seguro no país;
– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.
Orientações a produtores
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de o da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que em a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no o à granja
- Pedilúvio no o aos núcleos e aos galpões
- Realização de vazio sanitário
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007.
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Foto de abertura: EyeLoveBirds from Vancouver, Canada, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons