O próximo show do DJ Alok será em Manaus, em 1º de novembro, durante o evento Pump Back 2023. E o artista anunciou, na semana ada, uma decisão muito preciosa para a região: vai doar o cachê desse trabalho para as pessoas atingidas pela seca severa que assola a Amazônia.
Todos os estados estão sendo afetados, em especial o estado do Amazonas, onde cerca de 630 mil pessoas já foram afetadas e 59 dos seus 62 municípios estão em estado de emergência. Um está em alerta e dois dentro da normalidade.
O valor integral do cachê vai ser reado pelo Instituto Alok – criado pelo DJ em 2020 – para a Aliança Amazônia Clima, que reúne 65 instituições socioambientais e acadêmicas, além de associações comunitárias.
A aliança é liderada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), organização que atua na região desde 2008.
Com o montante arrecadado serão comprados e distribuídos aos amazônidas cestas básicas e garrafões de água mineral e medicamentos. E o valor ainda será usado para a construção de sistemas de captação e tratamento de água e implantação de internet.
“É desolador ver um local reconhecido mundialmente como o paraíso das águas, hoje ter seus peixes morrendo, os rios em níveis baixíssimos, os barcos encalhados, crianças e adultos vivendo privações”, declarou Alok.
“Meu desejo é contribuir com a melhoria das comunidades ribeirinhas da Amazônia, que têm sofrido com a seca. A crise climática é um tema sério e todos devemos agir na tentativa de buscar soluções, cada um na sua possibilidade, mas todos. De alguma forma a minha arte consegue ir além do entretenimento e cumprir com uma função social“, acrescentou ele.
Victor Salviati, superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, declarou ao G1: “O apoio de Alok se juntará a uma rede de solidariedade ativapara garantir alimentos, itens de higiene e água para a população que sofre os impactos da seca neste momento desafiador”.
Solidariedade
Criado em 2020, durante a pandemia, o Instituto Alok tem a missão de “contribuir para o desenvolvimento socioambiental e inspirar atitudes positivas de solidariedade”. Atua no Brasil, na África e na Índia.
Em nosso país, o artista é parceiro querido dos povos indígenas, engajando-se em sua defesa – por meio de seu trabalho ou da participação em mobilizações – e na proteção da Amazônia.
Em 2021, participou do Festival Global Citizen – que visa arrecadar fundos a cada evento para ajudar a erradicar a pobreza extrema até 2030 – com artistas indígenas Yawanawa, Huni Kuin e Guarani, como contamos aqui. A gravação foi realizada no Rio Negro, que hoje sofre com a seca.

No mesmo ano, seu instituto se uniu ao Pacto Global ONU Brasil e à empresa WeLight para lançar o Fundo Ancestrais do Futuro a fim de manter um fundo filantrópico de apoio a projetos indígenas em três áreas: uso de tecnologia nas aldeias; desenvolvimento de projetos para o cinema, games e comunicação 3.o e formação de jovens indígenas para o domínio da tecnologia.
Também em 2021, Alok iniciou a preparação do primeiro álbum inspirado na cultura indígena brasileira, com artistas das etnias Yawanawa, Huni Kuin (o cantor e ator Mapu Hunikuin, que atua na novela ‘Terra e Paixão’, da Globo), Kariri Xocó e Guarani (rapper Owerá que iniciou sua carreira como Kunumi MC e mudou de nome nesse ano).
O pré-lançamento foi realizado este ano durante a Semana Climática da ONU, em Nova York, da qual ele e os indígenas participaram, pela segunda vez (a primeira foi em 2022),dos debates e realizaram show na cobertura do prédio-sede da ONU.
Foto: divulgação