O Protecting Our Planet Challenge, maior fundo privado global criado com o objetivo de investir na conservação da natureza, anunciou ontem (29/06) a doação de U$ 200 milhões, quase R$ 1 bilhão, ao governo brasileiro para apoiar a expansão e a gestão de áreas protegidas na Amazônia e nos territórios indígenas.
O dinheiro será transferido ao longo dos próximos quatro anos. O Protecting Our Planet Challenge é uma iniciativa nascida em 2021 com a meta de preservar pelo menos 30% dos ecossistemas terrestre, marinho e de água doce, até 2030. Entre os onze apoiadores financeiros do projeto estão as organizações Arcadia, o Bezos Earth Fund, a Bloomberg Philanthropies, Gordon and Betty Moore Foundation, Rainforest Thrust, International Conservation Fund of Canada and a Re:wild, fundada por Leonardo DiCaprio.
“Estamos inspirados pelas ambiciosas metas do Brasil para proteger a Amazônia, um dos lugares mais importantes para a vida selvagem do planeta, e estamos entusiasmados em poder apoiar esses esforços por meio do Protecting Our Planet Challenge”, disse o ator e ambientalista.
Como parte do compromisso, US$ 14,3 milhões, quase R$ 70 milhões, já foram reados em abril e atualmente estão sendo direcionados para esforços de emergência para combater incêndios florestais, incluindo treinamento, tecnologia de detecção precoce, sistemas de comunicação aprimorados e implantação de guardiões indígenas.
O restante dos recursos será investido para apoiar as seguintes metas de conservação do Brasil:
– Garantir o desmatamento zero na Amazônia;
– Combate a atividades ilegais, como derrubada de florestas para pastagem e alimentação de gado, mineração e outras formas de desmatamento em áreas protegidas e em terras indígenas;
– Proteção permanentemente de quase 60 milhões de hectares de terras públicas não designadas na Amazônia;
– Fortalecimento da gestão das áreas protegidas existentes e dos direitos dos povos indígenas, guardiões da Amazônia brasileira.
“A criação do Ministério dos Povos Indígenas é um importante sinal do compromisso do presidente Lula em proteger a biodiversidade e atingir a meta de desmatamento zero até 2030, já que os povos indígenas são os maiores guardiões dessa biodiversidade”, afirma Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas. “Isso mostra o entendimento deste governo de que meio ambiente, povos indígenas e agenda climática não podem ser trabalhados separadamente. A Amazônia brasileira é uma região riquíssima em biodiversidade e em uma imensa diversidade cultural, e é justamente a proteção dessas culturas que salvará a proteção do meio ambiente.”
Marina Silva, Lula, Sonia Guajajara e os representantes da Re:wild na América Latina, Rodrigo Medeiros e Chris Jordan, durante do compromisso em Brasília
(Foto: divulgação Re:wild)
Mais U$ 90 milhões para o meio ambiente e a Amazônia
E não é apenas a contribuição do Protecting Our Planet Challenge que o Brasil ganhou esta semana. Na segunda-feira, 26/06, durante um evento realizado em Brasília, o Global Environment Facility também anunciou o investimento de U$ 90 milhões, cerca de R$ 450 milhões, para serem usados em ações de proteção ambiental e combate às mudanças climáticas.
“A agenda climática e ambiental é prioridade para o governo brasileiro e o Brasil está trabalhando para criar um ciclo de prosperidade com democracia, combate à desigualdade e sustentabilidade”, ressaltou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. “Em seis meses de governo, já temos resultados relacionados às nossas principais metas, como o desmatamento zero até 2030 e o fim do garimpo ilegal em terras indígenas. Parcerias e apoios são fundamentais para o avanço das políticas ambientais e a proteção dos povos e comunidades tradicionais”.
O Global Environment Facility (GEF), Fundo Global para o Meio Ambiente, foi estabelecido na véspera da Cúpula da Terra no Rio de 1992, como um braço do Banco Mundial. Ele serve como um catalisador para ações sobre o meio ambiente. Por meio de seus investimentos estratégicos, trabalha com parceiros para enfrentar os maiores problemas ambientais do planeta. Em 1994, tornou-se uma instituição independente.
Leia também:
Desmatamento causado por garimpo na Terra Yanomami cai a zero nos meses de maio e junho
21 árvores foram derrubadas por segundo na Amazônia em 2022, revela o MapBiomas em relatório que analisou os seis biomas brasileiros
Leonardo DiCaprio elogia ações de Lula em defesa dos povos indígenas, nas redes sociais
Foto de abertura: João Paulo Krajewski/Protecting Our Planet Challenge
