
Após a confirmação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na última quinta-feira (15/05) do primeiro foco de gripe aviária em criação comercial do Brasil, em uma granja no município de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, dois novos casos suspeitos estão sendo investigados, também de produção comercial: um deles em Ipumirim, em Santa Catarina, e o outro em Aguiarnópolis, no estado do Tocantins.
Segundo nota divulgada no domingo (18/05) pelo Mapa, a análise preliminar das amostras coletadas em Aguiarnópolis revelaram a presença de Influenza A, “com baixa probabilidade de se tratar de amostra de alta patogenicidade [do vírus H5N1, da gripe aviária], tendo em vista as características epidemiológicas, laboratoriais e clínicas observadas na investigação. A investigação laboratorial está em curso e as medidas de controle de trânsito adotadas, com manutenção da situação sob controle e vigilância adequados.”
Todos os casos já detectados ou em investigação no Brasil podem ser acompanhados através de uma plataforma online que mostra os focos da gripe aviária no país.
Além das investigações na avicultura comercial, há outros casos suspeitos em criações de subsistência (domésticas), em propriedades de Nova Brasilândia (MT), Grancho Cardoso (SE) e Eldorado do Carajás (PA).
Desde que foi registrado o primeiro caso de gripe aviária em aves domésticas no Brasil, em maio de 2023, de acordo com a plataforma do Ministério da Agricultura, já foram identificados 168 focos da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
Emergência sanitária no Rio Grande do Sul
Após a confirmação da contaminação pela gripe aviária na granja de Montenegro, todas as 17 mil aves do local foram abatidas, e seus ovos descartados. Foi feita ainda uma limpeza e desinfecção de todas as instalações.
Além disso, autoridades rastrearam ovos fecundados originários do local que tinham sido comercializados para outras fazendas, fora do estado. Eles foram rastreados em Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul.
Foram montadas barreiras sanitárias na região de Montenegro. Na área com raio de 10 km, também estão sendo realizadas vistorias em outras propriedades. Até agora foi encontrado apenas um caso suspeito, contudo, de aves domésticas e que amostras foram coletadas para análises em laboratórios.
O Brasil é o maior produtor e exportador de carne de aves do mundo. Desde que o caso de Montenegro foi anunciado, China, União Europeia, Argentina, Uruguai, México, Chile, Coreia do Sul, África do Sul e Canadá suspenderam temporariamente a compra do produto brasileiro.
O Ministério da Agricultura ressalta que que o vírus H5N1 não é transmitido pelo consumo de carne de aves nem de ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, diz a nota emitida pelo governo.
Zoológico fechado em Sapucaia do Sul
Além do primeiro foco de gripe aviária em criação comercial, o governo federal também confirmou que o vírus H5N1 infectou e matou mais de 90 aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, situado a cerca de 50 km de Montenegro.
“a de 90 animais mortos no zoológico, espécies de cisnes, marrecos, patos, aves aquáticas. Em vida silvestre, a ação é o recolhimento e a destinação das carcaças pra evitar disseminação. É diferente de uma granja, em que se faz a despopulação. Os animais que vierem a óbito serão enterrados, mas não há despopulação do zoológico”, declarou Ananda Kowalski, representante da Secretaria de Agricultura do estado, durante coletiva de imprensa.
A visitação pública ao zoológico foi suspensa por tempo indeterminado.
No Rio Grande do Sul, todas as suspeitas de influenza aviária devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.
Recomendações à população
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.
Orientações a produtores
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de o da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que em a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no o à granja
- Pedilúvio no o aos núcleos e aos galpões
- Realização de vazio sanitário
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007
*Texto atualizado em 20/05 para atualizar informações sobre casos sendo investigados. Com informações do site do Ministério da Agricultura e do portal de notícias G1
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Foto de abertura: Egor Myznik on Unsplash