O governo brasileiro reagiu corretamente à interceptação ilegal, pela Marinha de Israel, da embarcação Madleen, que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza, mas pode e deve fazer mais.
Além dos esforços diplomáticos pela proteção dos 12 ativistas presos – entre eles o brasileiro internacionalista Thiago Ávila – e pelo fim do genocídio e do cerco a Gaza, pedimos ao presidente Lula que determine a suspensão imediata da exportação de petróleo para Israel.
Lula já condenou o genocídio israelense na Faixa de Gaza, mas o petróleo exportado pelo Brasil e por outros países abastece a máquina de guerra de Benjamin Netanyahu.
Em agosto de 2024, análise da organização Oil Change International mostrou que o Brasil foi um dos cinco maiores fornecedores de petróleo cru a Israel. O petróleo que polui o planeta também ajuda a causar o massacre ao povo da Palestina.
Óleo bruto de petróleo foi o principal produto da balança comercial do Brasil com Israel em 2024. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, representou 30% do total exportado para o país naquele ano, totalizando US$ 216 milhões. O segundo produto mais exportado para Israel em 2024 foi carne bovina (23% do total para o país), no valor de US$ 165 milhões.
Não existe justiça climática sem proteção aos direitos humanos. Uma comunidade internacional incapaz de parar uma limpeza étnica acontecendo em tempo real diante dos olhos de todos não será tampouco capaz de lidar com a crise do clima.
* Texto originalmente publicado no site do Observatório do Clima em 11/6/2025
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Foto: Ricardo Stuckert / PR / Fotos Públicas (solenidade de posse de Magda Chambriard no cargo de Presidente da Petrobras, no CENPES, em 19/6/2024)
