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Mestres da camuflagem, sépias são flagradas mudando de formas e cores para caçar presas

Mestres da camuflagem, sépias são flagradas mudando de formas e cores para caçar presas

As sépias, também chamadas de chocos ou sibas, são moluscos marinhos conhecidos como mestres da camuflagem. Com sua bolsa de tinta e células especiais, os cromatóforos, conseguem mudar de cor para despistar predadores ou atacar sua presas. E não é apenas sua coloração que esses animais conseguem alterar, mas também, sua forma.

Durante vários meses, pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e da Agência de Inovação e Pesquisa de Papua Ocidental, na Indonésia, filmaram 98 indivíduos de uma grande espécie de sépia (Sepia latimanus), que habita recifes de águas rasas da região tropical Indo-Pacífica. E o resultado das filmagens é surpreendente!

“Para a fase de aproximação da captura de presas, a sépia faz uso de pelo menos quatro exibições distintas, cada uma das quais é notavelmente diferente em coloração, textura e postura corporal”, relatam os pesquisadores em um artigo científico. “Em todas as sequências filmadas na natureza, quando próximas a caranguejos, as sépias primeiro se aproximaram à distância. Então, quando estavam a aproximadamente 1 ou 2 metros do alvo, elas adotavam uma das quatro principais exibições de caça.”

Os autores do estudo nomearam as quatros estratégias de camuflagem utilizadas por esses moluscos. A primeira eles nomearam de “folha”, porque a sépia mudava sua coloração para a de uma folha e achatava seu corpo. A segunda foi batizada de “faixa de agem”, quando elas mudavam para uma cor cinza-escuro, exceto por uma faixa preta móvel nas costas.

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Já a terceira tática empregada pelas sépias é a do “coral ramificado”, na qual elas levantam os braços e os espalham de uma forma que fazem lembrar um coral, enquanto mudam a cor do corpo para se assemelhar a eles. Por último. foi observado o “pulso”; a movimentação dos braços para frente, assim como jatos de tinta escura.

Ainda segundo os pesquisadores, algumas vezes as sépias monitoradas combinavam diferentes estratégias, misturando elementos parciais de dois tipos diferentes de exibições. “O que sugere um nível impressionante de flexibilidade no uso dessas exibições de caça. Isso pode ser adaptativo, com exibições mistas oferecendo benefícios parciais de cada componente, ou pode simplesmente representar indecisão por parte da sépia caçadora”, afirmam os cientistas.

Molusco cefalópode, a sépia é parente das lulas e dos polvos, espécies conhecidas por seu sistema nervoso complexo e enorme inteligência, o que pode explicar o que os cientistas que participaram da pesquisa na Indonésia descreverem como uma “extraordinária habilidade em adotar diferentes colorações, texturas e formas durante a caça.”

 
 
 
 
 
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Foto de abertura: Matteo Santon / Martin How et al, Ecology Society of American, 2025

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