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População de pinguim-imperador está diminuindo mais rápido do que as previsões mais pessimistas

Em 2021, pesquisadores alertaram que se nada fosse feito para conter a crise climática, 98% das colônias de pinguim-imperador poderiam ser extintas até 2100. Pois uma nova análise aponta que o declínio da população da espécie é ainda maior do que as previsões mais pessimistas. Segundo o levantamento feito pela equipe do British Antarctic Survey (BAS), com a ajuda de imagens de satélite, o número de aves diminuiu 22% ao longo de um período de 15 anos (2009 a 2024), em uma área importante do continente, que abrange a Península Antártica e os Mares de Weddell e de Bellingshausen.

Estimativas anteriores (2009 e 2018), que levavam em conta a Antártica como um todo, apontavam uma redução de 9,5%.

“Há bastante incerteza nesse tipo de trabalho, e o que vimos nesta nova contagem não é necessariamente simbólico para o resto do continente. Mas, se for, é preocupante, porque o declínio é pior do que as projeções mais pessimistas que temos para os imperadores neste século”, diz Peter Fretwell, pesquisador que estuda a vida selvagem a partir de imagens de satélite.

Os pinguins-imperadores são especialmente vulneráveis ​​às mudanças climáticas porque dependem do gelo marinho para atividades vitais como procriação, alimentação e troca de plumagem. E não é qualquer tipo de gelo que funciona. Eles precisam ter uma plataforma espessa e estável durante oito a nove meses por ano. Os filhotes, por exemplo, que são criados durante a temporada de reprodução no inverno, têm uma plumagem felpuda, mas precisam adquirir plumagem à prova d’água para poder sobreviver no mar em água fria. Se o gelo marinho se rompe muito cedo na temporada, eles não terão adquirido a proteção à prova d’água, se afogarão e morrerão.

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“O fato de estarmos avançando para uma posição mais rápida do que a projetada pelos modelos computacionais significa que deve haver outros fatores que precisamos entender, além da perda do habitat de reprodução. A única maneira de vermos uma reviravolta na população é estabilizarmos as emissões de gases de efeito estufa. Se não o fizermos, provavelmente teremos relativamente poucos pinguins-imperadores restantes na virada deste século”, alerta Phil Trathan, pesquisador da British Antarctic Survey (BAS).

População de pinguim-imperador está diminuindo mais rápido do que as previsões mais pessimistas
Espécie precisa de pelo menos oito a nove meses de gelo estável para sobreviver,
o que está sendo colocado em risco pelas altas temperaturas provocadas pela crise climática
Foto: Peter Fretwell /BAS

Dentre as dezoito espécies de pinguins do mundo, o imperador (Aptenodytes forsteri) é a maior de todas. Pode pesar até 40 kg e viver 20 anos. Suas mais marcantes características são as orelhas e o peito amarelados. Depois de encontrarem um parceiro, em geral macho e fêmea ficam juntos para o resto da vida. O pinguim-imperador tem o mergulho mais profundo e longo que qualquer ave, frequentemente atingindo profundidades de mais de 200 metros.

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Foto de abertura: Peter Fretwell /BAS

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