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Reino Unido estabelece novas regras para zoológicos, incluindo recintos maiores para elefantes e fim de práticas cruéis

Reino Unido estabelece novas regras para zoológicos, incluindo recintos maiores para elefantes e fim de práticas cruéis

O Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Questões Rurais (Defra) do Reino Unido anunciou mudanças na maneira como zoológicos e aquários deverão operar a partir de 2027, na Inglaterra, Escócia e País de Gales. Os países se juntarão agora a outros poucos do mundo, como Bélgica, Coreia do Sul e Nova Zelândia, que possuem legislações específicas para o setor, com o intuito de promover o bem-estar dos animais.

“As reformas, há muito esperadas, lançam as bases para um futuro ainda mais forte e comivo para todos os zoológicos e aquários — e para os animais que eles protegem. Este é o primeiro o do nosso compromisso de implementar as reformas de bem-estar animal mais ambiciosas em uma geração”, afirmou Susan Mary Hayman, ministra de Bem-Estar Animal.

Uma das mais importantes alterações, segundo especialistas, é a linguagem usada no texto de quase 200 páginas. Zoológicos e aquários “terão que” e não mais “deverão”. Entre as novas exigências estabelecidas está, por exemplo, o aumento do tamanho dos recintos onde vivem elefantes.

O espaço interno para um grupo de até quatro fêmeas foi dobrado para 600 m² – um aumento de 100 m² para cada elefante adicional (em comparação com 80 m² nos requisitos de 2017). Já os machos precisarão oferecer recinto ainda maiores, de pelo menos 320 m2.

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Em relação às áreas externas para elefantes machos e fêmeas, o espaço compartilhado terá que ter no mínimo 20 mil m² (ou 2,8 campos de futebol) para até cinco adultos vivendo em grupo. E haverá um acréscimo de pelo menos 2.500 m² para cada animal adicional, com mais de dois anos de idade. Isso é mais que 30 vezes do que os padrões atuais (nesses casos em específico, as normas entrarão em vigor em 2040).

“Os novos padrões estipulam que os zoológicos devem fornecer habitats mais naturais, que reproduzam melhor o modo como os elefantes vivem na natureza. Há também requisitos para um monitoramento comportamental mais detalhado e medidas que ajudem a manter os elefantes ativos e engajados em seu ambiente”, diz Samantha Ward, professora associada de Bem-Estar Animal em Zoológico da Universidade de Nottingham Trent e membro do Comitê de Zoológicos do Reino Unido.

Outras medidas que fazem parte da nova legislação são:

– A prática de amarrar aves de rapina como método de acomodação de longo prazo será gradualmente descontinuada, com a migração para grandes recintos de aviários;

– Aquários não poderão mais permitir que os visitantes toquem em peixes e cefalópodes, “espécies como raias e polvos são animais altamente inteligentes e seu manuseio provoca estresse”;

– Uso de aguilhões elétricos e outros instrumentos para intimidar elefantes ficará proibido a partir de janeiro de 2030;

– Maior restrição à obtenção de animais na natureza;

– Para garantir que os zoológicos estejam preparados para proteger os animais em caso de dificuldades financeiras, eles agora serão obrigados a desenvolver planos claros de continuidade de negócios.

Apesar de dar boas-vindas às mudanças, a organização de proteção animal RSPCA acredita que elas ainda não são suficientes. “É praticamente impossível atender às necessidades de bem-estar dos elefantes em um zoológico — não se trata apenas de espaço, mas também de enriquecimento, questões sociais e o ambiente em que vivem. Com base nas evidências, os elefantes devem ser completamente eliminados dos zoológicos”, afirma Ros Clubb, chefe do departamento de vida selvagem da entidade.

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Foto de abertura: Günter Lohmeyer from Pixabay

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